Inspiração em São Bernardo.

Estou aqui em frente a tela, esperando que algo saia de dentro da minha mente confusa. O que dizer? O que fazer? Eu só queria que entendesse que a dor está presente deis do meu nascimento. Sinceramente, eu não sei porque. Sei do meu desequilibro, sei da minha falta de razão, da minha eterna carência e medo de solidão. Pena, que só eu sei. Se passasse a noite comigo seria mais quente, se enxergasse eu seria mais feliz. Me sinto horrível, um problema uma deformação da natureza. E me pergunto porque, do nada essa depressão veio invadir minha lucidez. Será que foi porque a lua se foi e eu só vejo a escuridão que a noite traz. Vazio, vazio, vazio. Como o quarto, como meu peito, meus ossos e minha alma. Se sentem perdidas num vazio gigantesco que só eu consigo ver. Estou tão perdida, você me deixou aqui de mãos dadas com a loucura. Que me diz: Vá em frente! E eu reluto por lembrar do teu semblante. O que fazer com esse corpo nojento que herdei? O que fazer com esse rosto mal desenhado? Não quero ver nada tão triste por um tempo, porque de triste já basta eu. Recorrendo a esse rascunho me sinto Paulo Honório, me sinto um monstro que afasta a todos. "Não é o que parece" disse o rei William, e é isso que eu sou. Um monte de lixo com cara de presente. Quando você abre, existem até alguns doces e coisas boas mais a medida que o tempo passa você vê o que realmente é, que por sinal não é nada bom. Estou no estado de negação, de questionamento.. só indago o porque de toda essa merda de novo! Eu odeio me sentir assim, odeio querer me machucar, odeio machucar os outros, odeio estar depressiva! Me enxergue é isso que o meu corpo grita, me escute, me console até quando o meu lado mal aparecer. Coléra.