sábado, 13 de março de 2010

um conto.




uma nuvem nublada se aproximava, ninguém percebia que ela poderia gerar uma grande tempestade. e a cada segundo ela chegava mais perto e os encarava com seus olhos negros - mais ninguém percebeu. tirou toda harmonia, todo sabor, todos os sorrisos. e só sobravam lágrimas, quantas lágrimas caíram naquele dia chuvoso. a noite chegou e parecia que todos esperavam para saber o que ia acontecer. o céu continuava nublado, talvez ainda mais. até que tudo muda. parecia surgir uma ponta de luz que se abrangia pelas bordas.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Butterfly.


Existia uma garota, que aparentemente, parecia forte. Ela se sentia como um quarto escuro, onde ninguém conseguia enxergar a verdadeira realidade. E isso foi se tornando normal. Brincar com corações alheios sem ao menos pensar conseqüências. Até que um dia alguém tentou abrir a janela desse quarto, uma fresta foi aberta e dela saia um pequeno feixe de luz. Que parecia não fazer diferença para aquele quarto tão escuro. E a medida que os dias passavam, percebia-se um quarto iluminado; pois a janela se abria vagarosamente. O quarto já não era tão escuro. E a luz continuava a entrar e parecia que toda a falsa força havia dissipado. Trocada por um amor imenso que preenchia a sua vida de luz.

sexta-feira, 5 de março de 2010

ALICE COLLINS, CONTINUAÇÃO


Lembro de uma, das muitas vezes, que Eliot me levou ao psicólogo. Nós subimos juntos, porque ele queria ter certeza absoluta que eu iria entrar naquele manicômio.
Quando a porta do elevador se abriu eu me deparei com o garoto mais lindo de todo mundo. Se é que posso chama-lo de "garoto". Segui seus olhos verdes e quando menos esperava eles paravam em mim, Eliot já falava há algum tempo mas era como se tudo estivesse em silêncio. Só enxergava á ELE. Era como se o mundo tivesse parado e só existíssemos nós dois. Já me via ao seu lado na minha casa, e de Eliot também -infelizmente-, assistindo filmes de terror debaixo do cobertor, o nosso casamento e todo o resto da nossa vida juntos. Até que ouvi a oferecida, atendente do consultório, chama-lo para cochichar algo.
Não dava para ouvir, mas era tão desejável. Me levantei como uma boa garota e fui pegar uns biscoitos no balcão. Pelo que ouvirá, ela falava da irmã dele - que estava no consultório naquele momento. Ela o confortava e dizia que Ellie, a irmã dele pelo que havia entendido, iria se recuperar.A mulher o chamava de little Ty, o que não era nem um pouco verdade.
Voltei a sentar. Após uns cinco minutos ele ainda continuava lá no balcão, comecei a ler uma revista e pensar em qual seria o problema da irmã dele. Acho que nesse exato momento a porta se abriu e da sala saiu uma garota linda! Mas não poderia deixar de citar que ela era muito magra. Eu o vi formar um sorriso perfeito do outro lado da sala e correr para abraça-la e vi a garota começar a chorar em seus braços.
Antes que pudesse me perguntar ou assistir essa cena linda a atendente me mandou entrar no consultório. Só naquele momento lembrei que Eliot ainda existia. Sorri para ele mecânicamente e entrei na sala.
Lá dentro vi um homenzinho com um óculos grande e um sorriso simpático sentado numa poltrona, que ficava em frente a um belo divã preto. Ele me convidou para sentar e conversamos por umas duas horas. Todo tempo sobre besteiras e ele fazia perguntas de gente estranha, na verdade de psicólogo como Eliot diria. Até que me olhou serio por longos dez segundos.
- Alice... - ele deu uma pausa e continuou sério.- Vou ser sincero com você. Pelo que percebi você é uma garota bonita,, com muitos amigos. Mas eu não sei o que está ai dentro, o que você realmente sente. Coisas que só VOCÊ sabe.
Ele me olhou com profundidade, parecia que ele estava invadindo minha alma.
- Eu queria te pedir que levasse - tirou um caderno rosa claro da gaveta de sua escrivaninha- esse caderno para casa e escrevesse nele seus pensamentos diários, o que realmente sente.Como num diário entende? E depois se quiser poderemos discuti-lo aqui.
Ele me deu o caderno e eu quis rir. Mas me segurei inconscientemente. Peguei o caderno e o agradeci. Sai da sala e o meu motorista já me esperava lá em baixo.
Creio que essa seja uma boa hora para começar. Depois de ter ido embora de casa, e não poder mais mentir para mim é doloroso. Só eu sei o quão imperfeita minha vida é. Eu simplesmente não paro de pensar no papai, eu queria que tudo ficasse bem entre a gente e que a mamãe estivesse aqui, viva. Mas essa não é a realidade, não a minha. Não posso voltar para casa, pois Eliot e eu não nos damos bem de forma alguma. Não acho que seja só culpa dele. A minha intransigência não ajuda. Eu realmente quero mudar de vida e esperei até o fim do colegial para isso. Então estou aqui e vou seguir firme e forte.

Alice.

quinta-feira, 4 de março de 2010

ALICE COLLINS, a carta para meu pai (o inicio)



A verdade é que eu sempre estive esperando por você. Por uma atitude, um abraço sincero. E só agora, só agora eu consegui entender que tudo isso é minha culpa. Eu tirei seu tempo, te dei mais despesas e te fiz perder o rumo. Eu poderia passar anos procurando por razões que me fizessem culpada pela morte dela. Acho que enlouqueceria. Você lembra que ela era minha mãe? Não só a sua esposa. Você preferia que eu tivesse morrido, preferia isso um milhão de vezes; pois eu sou sua maior angustia. Será mesmo que tudo isso é minha culpa? Minha mãe quis correr o risco de morrer por mim, porque me amava de verdade. Ela cuidaria de mim, não me esqueceria sozinha na escola até tarde porque teve uma reunião. Eu sinto como se não tivesse mãe nem pai e isso doí muito. Por essas e outras razões eu estou indo embora, te deixando.
Você já me deu tanto dinheiro que nem sabe o quanto, tenho minha poupança da faculdade e ótimas notas no colegial. Eu já sei que o carro está no meu nome, então não tem como tira-lo de mim. Espero que você se cuide e por favor não me procure. Deixei meu numéro, caso não o tenha ,o que é bem provável , em cima da escrivaninha.

Te agradeço por tudo, Alice.